Visgo

Data 04/09/2009 20:29:00 | Tópico: Textos

O passado não dorme à noite e todas as imagens que importaram dançam, boêmias, no papel de parede.
Se é boa a lembrança seu rosto é tomado por um sorriso inda que pequeno, os olhos fechados e ela volta ao ontem onde encontrou uma qualquer réstia de alegria; sente o perfume delicado do afeto convertido de imediato em volúpia e brasa; há muito tempo, num dia distante, ela foi amada.
Mas se o pensamento dá forma outra vez a um ocorrido detestável, fecha-se o quarto em um cinza-dor escuro, ela põe um outro hífen de pé entre o amor e a desilusão e um visgo com gosto de fotografia vem aderi-la a uma música feita pra chorar.

Ao amanhecer decide-se pelo sol que bate à sua porta mas não sabe onde deixou o isqueiro.



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