Amor Circunspecto

Data 04/09/2009 21:49:09 | Tópico: Sonetos

Nas paredes onde desnudo mil e um sentires
Aprisiono outros tantos de imensas saudades
São meros caprichos, mentiras ou verdades
Lágrimas que voltam sempre que partires

Candeeiros toscos que não chegam a lustres
Poltronas esquecidas nos cantos da alma
Sobre elas um livro para ler com calma
De autores que sonham vir a ser ilustres

O vazio que impera na tua ausência
Sente-se no limbo da minha memória
Relógio parado sem ritmo ou cadência

Repousam apáticos serenos objectos
Telas desbotadas, sem brilho, sem vida
Álbuns onde jazem amores circunspectos


Maria Fernanda Reis Esteves
49 anos
Natural: Setúbal




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