BICHO-AMOR

Data 05/09/2009 17:46:38 | Tópico: Sonetos


BICHO-AMOR
Carmo Vasconcelos


Há uma dor perfurante no meu peito;
Urze que fere mas não deita sangue...
Verme oculto o bebe e me deixa exangue
Ao nutrir-se de insónias no meu leito!

Bicho-amor, insistente na porfia,
Mói-me as entranhas quando desatina,
Meus nervos dana, minhas forças mina,
E ao mesmo tempo é bem que acaricia!

Tento acalmá-lo com a voz de quem
De longe rasga versos escarlates
Mimos d’enlace em rendas de açafates...

Mas pede mais... Voraz, não se contém!
Devora-me alma e sangue e não fraqueja
Na gula desse par-amor que almeja!

***
17/Dezº/2008
***
In E-Book "Sonetos Escolhidos II"
***
http://carmovasconcelos.spaces.live.com




Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=97791