Sempre te procurei desde o primeiro vagido, Quando rompi o ventre da minha mãe Sem sequer te conhecer, Sem saber o teu nome Era por ti que clamava, Em cada canto que te dedicam Invejo-lhes a inspiração, Em cada poema invejo-lhe a rima. Soa-me a diferente tudo o que te repetem, E sinto sempre insuficientes Os elogios que te proferem. Vejo em cada traço que te desenham As curvas que te compõem, Em cada letra do teu nome É o infinito que aponta o ocaso do teu horizonte. Tão difícil de alcançar como em te preservar És a gaiata de riso aberto, de mão em mão, Infiel mas leal És de todos sem ser propriedade de ninguém. Por ti Liberdade farei todos os sacrifícios Menos chorar a tua morte.
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