Areia da Ampulheta

Data 08/09/2009 18:21:34 | Tópico: Mensagens

Sei que não vês mas eu tenho um rio à beira de mim e meu corpo se iguala à água limpa, fria, estendida entre margens sem nome; no pensamento um pequeno sol muito tímido - porque meu céu é tão azul que dá medo – pensa dourar minhas idéias. Gasto este dia em imaginar-te aqui, com os pés na água, as mãos desocupadas, os olhos estranhos filtrando-me lentamente enquanto cada poro meu é uma palavra.
Sinto-te frio, o vinho acaba, a cidade longe, vem-me um sentido de morte mas não choro deitada na rede. Já tinha chovido antes em cima dos meus dias e eu sei bem que gosto tem a terra molhada.
Sei que não vês mas tenho dois pneus furados e um celular fora de área. Toco Raul.



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=98219