Um poeta português - adivinham quem é ?

Data 09/09/2009 20:35:09 | Tópico: Poemas

Cega, a Ciência a inútil gleba lavra.
Tudo é abismo, e do ser apenas vulto,
Morte, certeza que a ilusão escalavra
Num corpo fugaz, por amargo, sepulto.

Louca, a Fé vive o sonho do seu culto.
E a alma ascende na perpétua palavra
Jurada e sofrida na dor de um indulto
Que razão ou pecado sem nexo deslavra.

Um novo deus é só uma palavra.
Descrer da morte e do verbo estulto
Duvidar do certo e da terra a lavra
Presumir no céu o mar, o tumulto.

No saber ou na fé, o exacto é insulto
Não procures nem creias: tudo é oculto.


Parte do poema é do próprio poeta



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=98385