
apoteose da morte
Data 11/09/2009 18:15:35 | Tópico: Poemas
| como construí esta lucidez de -lava massajando a carne -nupcial. o rosto que não morre quando bebe das entranhas o reflexo da vida -liquida. sei-o porque o vi enternecido. nasceu do ventre -visceral este coagulo espesso. bebemos agora o sangue e nos lábios apenas uma voz que já fora -desfalece. somos apenas sombra a que come o -silencio e que no vazio respira -suicídio. pudera no coração dos -ossos encontrar respostas e também em ti me encontrava. as -flores de cinza feitas o pólen que das lágrimas -ardem.
regressaste na palavra -mãe no símbolo do leite sólido. tua pele de -mármore e eu mordo todas as pétalas -celestiais na ansiedade de provar o teu coração esquivo.
qual -memória de pedra nas mesmas ruas de cinza se cruzam sombras e -abismo. do murmúrio lento, salgam os ouvidos. vêem de longe dissimuladas bigornas feudais. -ferram-te submersos pássaros de -vidro.
raros foram os dias em que dançavam-nos -fogo em todos os poros.
somos agora a erosão da -terra o núcleo erecto da -boca o álcool que triste adormece nas veias e o azul do ânus.
-apoteose que da morte se faz letra viva.
|
|