O Pai que não tive
Onde estás meu pai? onde estás que não te vejo, que não te sinto, onde está o teu colo que tanto procurei em criança, onde está o calor do teu abraço, que não encontrei nas noites frias, onde estava tua voz que tanto desejei que falasse comigo, que me confortasse, que me guiasse, e que apenas me chamasse de filho.
Onde estás meu pai? onde está o meu pai que vejo em sonhos, que me afaga o cabelo e me limpa as lágrimas, que é meu amigo, meu irmão, e eu mesmo.
Onde estás meu pai? que a vida de mim separou, porque não tive teu carinho? porque não pude ser teu menino?
Onde estás meu pai? que ainda hoje te procuro, e ainda imagino um passado, caminhando contigo a teu lado.
No meio da tempestade, no seio da escuridão, busco a chama da verdade, e apenas desejo conhecer teu olhar,
talvez não te encontre jamais, talvez não nesta vida, mas tu existes pois sou parte de ti, e chegará a hora e o dia de te encontrar.
Almada, 12 de Setembro de 2009 © Paulo lourenço “Ramiro de kali”
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