Labirinto

Data 19/09/2009 16:35:39 | Tópico: Poemas

No labirinto do desejo...no desvio da paixão...na imprecisão do amor.
Aí repousam meus medos e espiam por dentro de mim.

Sofro como hábito cego e a dor a mim se adere como o escuro à noite triste.

No delírio de um corpo em chamas respiro o temporal que me devassa, sonhando uma boca que me bebe como a vinho vertido em um gral de fogo.

Sofro o futuro, o que não se consuma, a mão que tateia à luz o segredo desenhado.

Faço-me vítima impecável da desarmonia, um corpo só, imaculado,
sem mãos quaisquer que o toquem,
sem mera ânsia vã que se sacie.

Atravesso a noite como a um abismo...imaginando o que não fiz...perpetuando na carne as seqüelas do desprezo...almejando de soslaio a vida.

No labirinto que um querer polimorfo eu fundamento o lusco fusco do amor mentira.
Na estase de mim converto a volúpia e recupero na inconsciência a certeza da interrogação.




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