Os puros

Publicado em 10/10/2008 21:00:00 | Tópico: Pablo Neruda

Dei-me conta que um homem transitório
reclama solidão para o que canta,
destinando-se à torre do deserto
não aceita sua grave companhia.
Eu quero-o só, atormentado e cego.
Na espera da colheita tenebrosa
das uvas do medo e da grande angústia,
quer a eternidade do passageiro,
não reconhece nele as próprias mãos,
nem a miséria própria que o envolve,
e na profundidade que apregoa
quer esquecer toda incerteza humana.



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