Quase do Feminino

Publicado em 12/05/2010 17:50:44 | Editora: Temas Originais

É um livro de conteúdo introspectivo que ora se exterioriza. O feminino é a referência do seu conteúdo como homenagem à Mulher, o maior dom da Natureza.
É a singela entrega do autor à sensibilidade do leitor.
Prefácio


António MR Martins faz parte daquele espólio raríssimo de
poetas que escrevem sobre mulheres como se escrevessem sobre si
próprios. Numa linguagem terna, onde cada vírgula é quase uma
carícia e cada estrofe se revela uma magnífica ode à mulher, o
poeta inibria-nos de um sentimento de orgulho por fazermos
parte deste universo tantas vezes apelidado de misterioso, mas
sobre o qual tantos homens tentam escrever e inspirar-se, nem
sempre conseguindo. Ora, António MR Martins consegue. E fálo
tão subtilmente que nem pensamos interditar-lhe esse puro
acto de ousadia.
Em jeito de homenagem, António MR Martins deixa desfilar, ao
longo da sua escrita, sentimentos precisos, revelando uma
coragem atroz ao entrar de forma tão lúcida e tocantemente
conhecedora neste complexo universo feminino.
Em "Quase do Feminino", o poeta faz da mulher a personagem
principal mais do que sua fonte de inspiração, numa poesia
fluentemente honrosa, que lemos e relemos como se de prosa se
tratasse. São feitas de palavras as palavras de António MR
Martins, elas depõem contra o coração que não quer ouvir nem
falar nada, mas do qual saem numa catapulta de emoções
invariadas, dialogando connosco como se saíssem de nós próprias.
O autor da obra escreve para a sua mulher, tão simplesmente. É
um exercício de agradecimento que faz sem pedir nada em troca.
E é mais que sabido que os homens adoram as mulheres. Os
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poetas escrevem frases tolas para mostrarem às mulheres. Querem
mostrar que as compreendem, que são feitos da mesma matéria
translúcida. Ao escreverem sobre mulheres, os poetas tornam esses
mesmos poemas divinos e não têm coragem de os rasgar nem de
os deixar guardados, precisamente por serem isso mesmo: divinos.
Os poetas querem dormir com as mulheres, acordar com as
mulheres, escrever para as mulheres, inscreverem-se no seu
quotidiano, na sua história.
As mulheres têm inveja das mulheres dos poetas porque estes
escrevem para elas, as honram e elevam como que agradecendo
pela sua existência, da mesma forma que os poetas suspeitam que
as outras têm inveja das suas mulheres. Para mim, os poetas têm
inveja sim dos outros poetas, mas daqueles que têm Mulheres e
que, como António MR Martins, escrevem para elas.
Assim sendo, ainda bem que este poeta abriu a sua gaveta,
deleitando-nos com os seus poemas tão femininos quanto divinos.
Deixemos então a "porta entreaberta" para que António MR
Martins possa de vez em quando espreitar, entrar e ficar neste
"inacessível local à maioria dos mortais".
Tiremos o "quase" e falemos deste livro como uma abordagem
lisonjeadora à mulher, de um homem "quase perfeito", que usa
como ninguém a palavra "amor" no género feminino.

Sónia Salvador
20 de Setembro de 2009




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