Retalhos

Publicado em 30/09/2007 23:00:00 | Editora: Papiro Editora

"Acima de tudo e através dos seus “retalhos”, este livro nos vai dando pistas sobre emoções, pensamentos e vivências da sua autora…
Apesar de me ser difícil ser objectiva acerca de um livro de poesia, sempre defendi que a melhor forma de o avaliar será através das emoções que suscita aquando da sua leitura. E apesar de terem sido inúmeros os sentimentos que provocou em mim, ressaltarei dois: compreensão e admiração. Compreensão de toda uma história, exposta de forma tão clara e, simultaneamente, tão complexa, qual espelho quando reflecte uma imagem. Admiração por um talento que eu julgava conhecer mas que não pára de me surpreender.

Da admiradora,
Ana"



RETALHOS DE LUZ



Dário Teixeira Cotrim



Já ouvi dizer em alhures que uma afirmação falsa, muitas vezes repetida, torna-se uma afirmação verdadeira. É o que parece acontecer com a assertiva de que ninguém lê livros de poesias. Entretanto, isso não é verdade, pois acabei de ler um lindo livro-rosa de poesias. Um livro-rosa lindo por fora e belíssimo por dentro. É uma obra poética da jovem portuguesa, Luz Gomes, onde o coração de quem a lê, em todo momento é envolvido na mais grata emoção de um tempo especial. As palavras em retalhos fluem vagarosamente num ritmo excitante de uma aliteração constante, delas exala um doce perfume que vem inebriar as almas apaixonadas pela arte de escrever. É assim que vemos o belíssimo livro-rosa de poesia “Retalhos” que foi, gentilmente, a mim emprestado pelo confrade Petrônio Braz.



A experiência poética da jovem Luz Gomes – assim como fora a do saudoso Fernando Pessoa e doutros tanto aedos divinos – é uma experiência transformadora, não tão somente do amor, mas também do desejo de amar. O que se busca em “Retalhos”, evidentemente, é a própria essência do amor de quem ama e de quem é amado. Há nele a liberdade de expressão e, sobretudo, a liberdade da criação literária. O real das palavras empregadas aqui pela poetisa se revela indiretamente no simbolismo da linguagem literalmente literal.



O grande pecado nosso é não buscar nos livros de poesias, onde o amor se esconde, é não pensar que pode ser que seja a única oportunidade de ler nas entrelinhas de um poema curto a extensão mais longa que um poema do amor determinante. Também, às vezes, é necessário buscar a música das letras para entender a beleza da melodia-poética. Luz Gomes faz isso. Aliás, ela faz muito mais do que isso, pois vai imiscuir-se na própria alma poética para insular-se depois nas emoções contidas. Duas conclusões são fundamentais na escrita de Luz Gomes: a variedade de meios produzidos para a elaboração dos poemas livres, de regras e também de normas; e o estilo único em expressar o verdadeiro sentimento de amar.



Dessa forma, o que seria da solidão se a poesia de Luz Gomes não existisse? E tristemente viveria a jovem escritora se não fosse a sua criação literária? Sim. Mas, a solidão existe e ela existe com doçura. E, por outro lado, a sua criação literária esbanja a letícia com a arte e a arte com o talento, pois a sua poesia “surge em nosso coração mexendo e mudando tudo em redor”. Sendo assim, eu quero agradecer de coração o nosso confrade, doutor Petrônio Braz, que tão gentilmente fez com que eu tivesse a oportunidade de conhecer com mais profundidade a poética de Luz Gomes nos retalhos de sua escrita impressionista.



O livro-rosa “Retalhos” tem na sua capa um suave e romântico colorido, aquele que deve ter em tudo quanto é capa de livro de poesias. O livro-rosa “Retalhos” tem ainda uma rosa-branca em seu bojo, uma rosa-branca tão doce e tão virgem assim como é a brisa dos campos floridos. Por isso, disse a sua autora: “houve um tempo em que pensava pernoitar todas as noites ao relento da vida”.



Confesso que foi um momento de grata satisfação a leitura de “Retalhos”. Antes, porém, se faz necessário entender o que é um retalho ensimesmado e como ele se distingue da parte que se retira de nossa alma. Ah, vocês têm que ler o livro de Luz Gomes! Dentro desta ótica, então, vamos plagiar a sua admiradora Ana, que diz assim: “para a autora que diz sempre que não sabe escrever e sim juntar palavras, aqui fica [também] o desejo do mais que merecido sucesso”.

Dário Teixeira Cotrim

Academia Montesclarense de Letras

Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais

Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros.




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