Outubro '14 - Gyl
Categoria : Luso do mês
Publicado por TrabisDeMentia em 05-Nov-2014 20:30
Luso-Poemas - Fala-nos um pouco de ti. Quem és, de onde vens e para onde vais.
Gyl - Meu nome é Gilmar Ferreira, sou nascido em Belo Horizonte (29 de Setembro de 1974) onde vivo e pretendo morrer. Sou mecânico por opção e de coração tento ser "poeta". Vou "para onde nasce sol", como diz uma canção popular brasileira.

L.P. - Como e quando a poesia surgiu na tua vida?
Gyl - Desde a mais tenra meninice. Logo quando aprendi as primeiras letras já me interessava pela escrita, pela leitura, pelos livros e pela música, influenciado pelos meus irmãos mais velhos e por minha mãe. Aos oito anos de idade já tinha uma coleção com mais de 300 exemplares de revistas em quadrinhos. Aos nove anos fui incluído em uma coletânea de poemas da escola onde fiz o curso primário. Na puberdade queria ser compositor de músicas e fiz várias. Quando me tornei adulto busquei mais leitura, pois sou um leitor compulsivo e assíduo. Então criei uma nova coleção, porém agora de livros. Tenho vários, de vários tamanhos, de várias épocas e quase todos os clássicos universais.

L.P. - O que significa para ti "ser poeta"?
Gyl - Ser poeta é ver o mundo não com os olhos do rosto, mas com os olhos do coração e não se deixar levar pela razão.

L.P. - Qual é o poema que mais te orgulhas de ter escrito?
Gyl - A esta pergunta tenho sempre a resposta na ponta da língua. Meus poemas são meus filhos-poemas e meus olhos de pai amam a todos do mesmo jeito. Olhos paternos não veem defeitos nos filhos, sejam eles hercúleos ou Quasímodos. Então orgulho-me de todos os poemas que confeccionei.

L.P. - Qual é o poema que gostarias de ter escrito?
Gyl - "Poema Sujo" de Ferreira Gullar.

L.P. - Fala-nos do teu processo criativo. Onde vais buscar a inspiração? Quanto tempo levas a escrever um poema? Procuras a perfeição das palavras e/ou a sinceridade do pensamento?
Gyl - Meu processo criativo consiste nas leituras em que faço. Procuro imitar, "subir nos ombros dos gigantes" para ver se posso enxergar mais longe. Tenho verdadeira facilidade para compor um poema. Faço um poema em cinco minutos e , se quiser, posso fazer vários em um dia. Mas como tenho outras ocupações, como trabalho e família, dou preferência para estas ocupações. A poesia vem em segundo ou terceiro lugar, apesar da minha paixão pela arte escrita.

L.P. - Tens algum livro publicado ou gostarias de ter?
Gyl - Não tenho e nem tenho pretensão de fazer um livro. Não agora. Quem sabe quando me aposentar.

L.P. - Como encontraste o Luso-Poemas?
Gyl - Eu postava meus poemas num site chamado "Poetas Advogados" e tinha um pessoa lá, Izaura Soares (que inclusive ainda continua a postar por aqui, mesmo que raramente) que era, e é, muito minha amiga. Um dia visitando a página dela notei que ela postava no Luso. Cliquei no link e fiz morada neste recinto.

L.P. - O que é que gostas mais no Luso-Poemas?
Gyl - Quando cheguei no Luso havia uma gama de poetas sensacionais. Isso que me agradou e me fez sentir bem em estar compartilhando e interagindo com pessoas de tão alto nível literário. Isso me fez gostar do Luso e ainda é o que me move a postar meus textos neste recanto literário.

L.P. - O que é que gostas menos no Luso-Poemas?
Gyl - A falta de respeito de algumas pessoas, a crítica sem fundamento promovida por uma pequena facção e as agressões gratuitas que se tem quase todos os dias.

L.P. - Se pudesses mudar algo no Luso-Poemas, o que seria?
Gyl - O Luso não tem o que mudar. O que tem que mudar são as pessoas que frequentam Luso. Reverem seus conceitos, seu preconceitos e modos de agir com a poesia e com o seu semelhante.

L.P. - Resume o Luso-Poemas numa só frase.
Gyl - O Luso é o cantinho onde eu posso mostrar meu lado mais oculto.

L.P. - Quais são os teus passatempos preferidos, além da escrita?
Gyl - Gosto de tantas coisas! Gosto de filmes, de leituras, de lagos, da natureza, de animais, de passeios ecológicos, de videogames, de jardinagem e de fazer caminhada, além de outras coisas.

L.P. - Qual é o teu livro, música e filme preferido?
Gyl - Meu livro preferido é "Memória Póstumas de Brás Cubas", de Machado de Assis, junto com Dom Quixote de Cervantes. Trago os dois, a obra e os autores, no mesmo altar onde eu queimo meus mais perfumosos incensos para eles. Minha música preferida não pode ser somente uma. Então direi que gosto de todas as músicas do Raul Seixas. Quanto ao filme. Vejamos... "Enterrado Vivo".

L.P. - Qual é a tua bebida e comida preferida?
Gyl - Não bebo, nem fumo. Então direi que minha bebida prefira é um bom suco natural de laranja. Quanto à comida, eu , como bom mineiro que sou, adoro um frango com quiabo e angu.

L.P. - Se tivesses 30 segundos para deixar uma mensagem ao mundo, o que dirias?
Gyl - Imitaria Raul Seixas: "Pare o mundo que eu quero descer!"

L.P. - Se pudesses escolher um lugar ou tempo para viver, qual seria?
Gyl - Meados do século XIX, Rio de Janeiro, somente para poder ver pessoalmente Machado de Assis.

L.P. - Quem gostarias de ter conhecido e porquê?
Gyl - Machado de Assis, pelo simples motivo que não houve e não tem ninguém que se aproximasse do talento literário dele. Além da biografia. Um homem pobre, pardo, num país preconceituoso e com uma taxa de analfabetismo que beirava 95% da população, conseguir se sobressair e chegar até o posto de primeiro e perpétuo presidente da Academia Brasileira de Letras, chamada carinhosamente de Casa do Machado de Assis merece todo nosso respeito e admiração. É um pequeno deus.

L.P. - O que dizem os teus olhos?
Gyl - Que sou muito mais do que você imagina.

L.P. - Para terminar, queres deixar uma mensagem aos Luso-Poetas, talvez em verso?
Gyl - Que a poesia possa ultrapassar fronteiras, línguas, conceitos e preconceitos.