Comentário a "As estrelas também comem" de idália
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O poema comentado (Análise 4) encontra-se no final deste meu texto. Podem lê-lo também através do link que aqui coloco (acima).


Olá, idália.

Que maravilha. Obrigada!
A conceção do poema vive nas imagens tão sublimes e subtilmente criadas:

O amor... não se reescreve (escreve de novo e de novo, de novo, uma e outra vez) numa pauta de areia (quanta volatilidade, efémera)

Uma rua onde viver
A rua é palco do poema, pede-se que resista e que seja também poesia.

um refrão de muros em ruínas

Como é? Mas que verso!
Recorda-nos que as fronteiras caem e que refrão pode simbolizar o que quisermos.
Magnífico!

a cegueira da pele...a loucura do corpo
Na rua de novo, se pede que se revele aquela cegueira. Uma pele cega. Será uma que não se sente? Que não existe? Algum corpo se foi e levou a pele? Foi por isso que o corpo enlouqueceu e quer aninhar-se, enredar-se numa toca, hibernar talvez?!
Que corpo é esse cuja pele cegou nessa rua, onde as estrelas também comem?


Uma rua onde os paralelos do espanto não esquecessem
É portuguesa a rua: tem paralelos. Mas espantados. Quais são? Vivem só nessa rua? Porque se espantam? Pela fome das estrelas? Uma pele cega e um corpo louco caminham sobre esses paralelos (que nunca estão paralelos).

Pede-se (também aqui) que esses paralelos do espanto mantenham a memória de uma voz, não esqueçam, fixem o timbre, não deixem fugir as deixas. E que resistam a um vendaval de incertezas.
Não basta serem incertezas - quem as quer? - , vêm num vendaval; numa rodilha de vento, difíceis de identificar, causando estragos. Naquela rua...

Na rua a que se reza. À qual se pedem sonhos. Que mude o mundo, que o pare, que não o esqueça.
Que se altere o silêncio, onde o amor não chega por acréscimo e se bebe champanhe.




As estrelas também comem

Uma rua onde viver não fosse

a travessia do silêncio

nem uma rota de versos


solitários

ou um refrão de muros em ruínas

com a fome a descoberto.


O amor não chega por acréscimo

nem se reescreve numa pauta


de areia

a sobreviver ao tempo.


Uma rua onde um

champanhe partilhado anunciasse

a cegueira da pele e aninhasse


a loucura do corpo.


Uma rua onde os paralelos

do espanto não esquecessem a voz e


resistissem a um vendaval de

incertezas

Leia mais: https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=372273 © Luso-Poemas

Criado em: 25/4 1:12
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e sou do sítio das borboletas monarcas azuis
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