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Data 10/10/2009 08:18:56 | Tópico: Sonetos

Desmembro-me em cada gesto ido
Em cada vasculhar de alma, a tortura
Que afugenta o carinho e a brandura
Do que poderia ser, assim perco o sentido

Igual à cor de um velho e sovado vestido
Que em tempos vesti com ternura
Nos dias frios me envolvi na formosura
Nas cores alaranjadas, do desconhecido

Agora quando o gesto virou chumbo
Em cada descoberta na longa estrada
Tudo se repete, feio é este mundo

Em que tudo se perde vira nada
Gestos embrulhados em prata amarela
Porque o ouro, esse, é prata disfarçada.

Antónia Ruivo


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