da noite em que o amor se eternizou
Data 30/10/2009 03:10:43 | Tópico: Poemas
| rasguei os teus nomes na areia com ejaculação sanguínea dos grãos
as cicatrizes das formas marulhadas eram rosto do bramido agrilhoado
verti temporizadores de inversão e a maresia que encolhia no fetal implodia-se com vagas de negrume
lacrimejaram lunares no tórrido congelado desértico correntes do inaudível com dispêndio dos ausentes e escorreram-se de salinas da viagem que sana o purificado vazio
fiz-me inerte com esquecidos colapsada memória no espúmeo que se reflecte
perdi-te as formas no irreversível mas do cadáver de eterno retorno não se decompõe
arrastei-te ao cume da fenda do abismo e laminei os estrelados marquei-te as seivas nos rochedos
porque pingavam ao celeste inverti o espelho inverso da ampulheta do amor
arranquei olhos com ferros que enferrujam
furei tímpanos com unhas lascadas de carne
empalei narinas com almofadas de derrames orgásticos
crivei lábios com cordas que suspendem astros
decepei membros com brisas dos amantes de amanhã
e no tumular sem flores me enterrei contigo
© Bruno Miguel Resende
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