Soneto para a audição de amantes sonolentos

Data 06/11/2009 12:56:28 | Tópico: Poemas -> Reflexão

Fugi incessantemente da forma cartesiana
Da ceifa alegórica da liberdade
Mas como oprimir o dom e a verdade,
E coibir a palavra nua e urbana?

Atentarei em coisificar a víscera
Em engarrafar e rotular de musicalidade o medo
Para não restringir dos sonolentos o segredo
Da língua de fel e mortífera.

A linguagem que não nega ao pranto o doce
Conduzindo as Boas Novas da insígnia latente
À sua Belle Époque, ao seu Éden precoce.

Castigarei a suavidade da métrica
Pintando de luz seu corpo impávido e doente
Da causticante serenidade da sua infeliz sorte

Preza a sua jaula de amor inconsistente.


Crítica ao atual cenário da poesia em lingua portuguesa.



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