post mortem

Data 28/06/2007 23:25:48 | Tópico: Poemas -> Góticos

Quando o alerta foi dado já nada podia fazer
nem valia a pena dizer

apenas apanhei o braço
tentei em desespero pô-lo
mas o sangue gritava mais alto que eu

ficámos ali
eu estático
tu a desaparecer
o som deixou de ter paladar
e o tempo não foi terreno
de volta existia um cordão
olhos abertos
umbigos sobre-vivos
tremias pois eu abanava a tua solidão terrena
enquanto teu esgar
cantava frio o asfalto
estava quente como o frio
das minhas mãos
as luzes eram imensas
e o céu parecia abraçar
a última imagem que tive
quando acordei :

foi das tuas lágrimas no meu caixão

é amor.


Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=10674