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post mortem

 
Quando o alerta foi dado já nada podia fazer
nem valia a pena dizer

apenas apanhei o braço
tentei em desespero pô-lo
mas o sangue gritava mais alto que eu

ficámos ali
eu estático
tu a desaparecer
o som deixou de ter paladar
e o tempo não foi terreno
de volta existia um cordão
olhos abertos
umbigos sobre-vivos
tremias pois eu abanava a tua solidão terrena
enquanto teu esgar
cantava frio o asfalto
estava quente como o frio
das minhas mãos
as luzes eram imensas
e o céu parecia abraçar
a última imagem que tive
quando acordei :

foi das tuas lágrimas no meu caixão

é amor.

 
Autor
Miguel Barroso
 
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Enviado por Tópico
Vera Sousa Silva
Publicado: 29/06/2007 11:19  Atualizado: 29/06/2007 11:19
Membro de honra
Usuário desde: 04/10/2006
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Mensagens: 4098
 Re: post mortem
Muito... forte e mórbido, mas sem deixar de ter beleza. Gostei do final!
É amor!

Beijinhos

Enviado por Tópico
JSL
Publicado: 29/06/2007 16:57  Atualizado: 29/06/2007 16:57
Membro de honra
Usuário desde: 10/05/2007
Localidade: Minho
Mensagens: 681
 Re: post mortem
O sol gira num poema
Onde caixões fogem da terra
para chorar mais além

É um sonho de amor
Num amor de sonho