Patíbulo

Data 13/11/2009 02:26:39 | Tópico: Poemas -> Sombrios

sinto a ponta da linha
partida, tremo-me
num desgoverno
em patíbulo feito.
derrapo nesta estrada
para lugar nenhum.
caio, as carnes roídas,
no rosto opaco, a língua
amorfa, desterrada
sem curva à vista
nem laço, nem viela
só escuro vão
encaixotado a pregos.
espalho o meu corpo
em fogo, onde me dispo,
nas esquinas do vento.
que me não reunam
no sangue deste inferno
a alma em cinza,
e me não retome
o ciclo do tempo
vácuo, sem saída.


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