O Fim da Jurisdição da Consciência

Data 11/12/2009 13:58:51 | Tópico: Poemas


estamos perto do fim…
na véspera de hoje
hoje que pode ser ontem, amanhã
a infinitude de qualquer tempo
sem hora marcada
que passa a resvalar a pele
que se multiplica pelos tendões
que se esfolam, como quem de joelhos
reza todos os dias sem contrição

estamos no opaco do cómico,
do místico ou até do erótico
do maneirismo, romantismo, simbolismo, surrealismo
no exagero que pode ser real, irreal, surreal ou sobrenatural
no declínio sofredor dos rasgos da culpa burguesa,
vagabunda, proxeneta
no ranger das madeixas louras artificiais
expostas no cavalete social das percepções estratificadas.

estamos somente onde estamos
por que somos complexos
até no mais simples gesto desnu
caracterizado por premonições
de um mundo descoincidente,
como duas crianças que se descobrem
na correnteza espontânea
que se manifestam de forma indiferente
nas incertezas das alterações.

estamos onde sempre estivemos
…perto do fim!



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