PLATÉIA

Data 15/12/2009 13:19:20 | Tópico: Poemas -> Natal

Ouço, o sem significado de sempre.
O som culto de hoje
Embrutece o homem presente.

Bato palmas, bato palmas,
E me satisfaço.

Enriqueço-me,
Tranqüilizo-me,
Infernizo-me.
Continuo platéia,
O púlpito não me ouve,
Não me vê.

A venda no supermercado
Da esquina da favela,
Estrume na lata.

O governo promove
Pílulas que distribuem riqueza,
No ventre infértil da mulher andrajosa.

Bato palmas, bato palmas,
E me satisfaço.

A loucura que emana
Do sórdido esgoto,
Fede a almíscar de rato
Nem ela se acredita mais.










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