Ouço, o sem significado de sempre. 
O som culto de hoje
Embrutece o homem presente.
Bato palmas, bato palmas,
E me satisfaço.
 
Enriqueço-me,
Tranqüilizo-me,
Infernizo-me.
Continuo platéia,
O púlpito não me ouve,
Não me vê.
A venda no supermercado
Da esquina da favela,
Estrume na lata.
 
O governo promove
Pílulas que distribuem riqueza,
No ventre infértil da mulher andrajosa.
Bato palmas, bato palmas,
E me satisfaço.
A loucura que emana
Do sórdido esgoto,
Fede a almíscar de rato
Nem ela se acredita mais.