Corpo franzino, cara miúda

Data 06/01/2010 16:43:03 | Tópico: Poemas -> Saudade

CORPO FRANZINO,CARA MIÚDA

Nas noites de insónia vou lembrando
Chamo ao pensamento emoções com ternura
Em turbilhões ao meu peito se estreitando
Não me sinto só enquanto a noite dura.

Hora tardia, noite deserta
Só a minha alma desperta.
Nesta bendita solidão
Procuro refúgio, encontro a recordação
Hoje tem o olhar mais brilhante
Voltou a usar folhos e laços
Ficou feliz por um instante
Esqueceu a Vida feita em pedaços.


Corpo franzino, cara miúda
Pés descalços, mal sabia a idade?!
Mas era forte, não queria ajuda
Mais perdida que achada,
A lembro com saudade.
A levo no coração guardada.

Sem histórias para adormecer
Apenas o Sol com o propósito de a aquecer
Julgava-se a dona do Mundo!
Corria as ruas com o arco p'la mão
Cabelos ao vento dum negro profundo
Do futuro? Sem inquietação.
Mas hoje o seu olhar perdeu a idade
Soltaram-se as asas está querendo voar
É criança novinha, velha na saudade
Querendo razões para acreditar.

É essa a grande vontade
Dizer não ao desencanto, sonhar
Não será tarde? Na verdade...
É bom viver e recordar.

rosafogo

A imagem colocada é bem parecida com a da minha lembrança, até as flores são as mesmas.






Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=113879