Há velhos Sábados à Tarde!

Data 25/02/2010 17:56:36 | Tópico: Poemas -> Amor

Onde estou que não ouço os jardins? Onde estou! Onde estou que não vejo os perfumes das rosas nem as cores dos amores... e onde estão os passarinhos? O meu sol quente, o meu tempo esquecido! Que saudade!
Saudade daquelas lindas tardes de sábado à tarde bem passadas! As poesias trocadas... é passado a querer visitar-me?
- nostalgia...
... as grutas...



Aquele Bar, lembras? O “Carvoeiro”! Aconchegados na música em beijos e abraços... tudo ao Sábado à tarde.
Os jardins onde corríamos de mãos dadas!
E o fontanário! Bem no meio do jardim de Sta. Bardara, que saudade dessas tardes!
Tanto tempo passado. Tudo nas mãos e hoje, não temos nada!
As cores...
... as chuvas que apanhamos sem delas escaparmos!
Aquelas nossas saídas da escola a meio das aulas.
As caminhadas e as subidas dos escadórios do Bom Jesus, o lago dos barcos onde remavas para mim...
... o jogo às escondidas, lembras? Aquele dia que te fugi por entre os cedros verdes! Ha ha quando íamos até ao rio, tomar banho... fingi estar afogada!
Para onde foram esses dias? Onde estou!
As tardes de cinema onde fazíamos os filmes...
O teatro que representávamos e ao mesmo tempo, assistíamos
Tudo passou.
Tudo é passado e eu, onde estou?
Os sonhos que construímos com os nossos próprios alicerces, tudo tinha, tanta intensidade.
O café que conhecia nossa presença todas aquelas tardes de Inverno, ainda sinto o cheiro dos vidros embaçados.. e o vapor da maquina do café.
A capelinha onde sentamos tantas vezes à porta, com a porta fechada!
O desejo de casar na capela de S. João Baptista, lembras?
E no Parque nossos silêncios permaneciam com olhares ternos dos gansos pretos e brancos...
Agora já aqui não estás mais! E eu, onde estou? Não vejo nada que me faça sentir tudo isso de novo.
Os nossos limites, as 7 horas já em casa, tudo hora marcada e fazíamos muito.. e nas missas do domingo?
À noite todas as estrelas choravam de felicidade, passava o tempo à janela a admirá-las enquanto revivia os momentos daquelas tardes!
As improvisadas declarações de amor que fazias de joelhos, tal e qual o Romeu e eu a Julieta.
As horas perdidas, sentados na relva da nossa Avenida e os amigos à volta tocavam viola! Lembras? Era tão lindo...
O tempo esquecido e aquele dia que tivemos de saltar o gradeamento da escola, porque já estava fechada! Éramos tão distraídos!
Tudo ficou apagado na nossa vida, porque partiste daqui sem aviso!
Morreste e assim esquecida de onde estou, vou até à eternidade...

... tudo era perfeito, tudo era bonito.



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