«« Cantiga ao disparate««

Data 01/03/2010 00:22:34 | Tópico: Poemas

Um dia quem sabe cantarei
À terra molhada uma desgarrada
Cantarei um fado e afinarei
A garganta seca em água gelada

Um dia te canto terra de ninguém
Te canto um fado pobre, sem guarida
Falo-te do fel e da alma despida
De um povo agastado sem vintém
Gente do povo, eu te falarei
Das dores agudas, e de alguma cobiça
Falo-te ainda da mulher roliça
Que de tanto falar, ficou tão aquém.


Antónia Ruivo



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