Poemas : 

«« Cantiga ao disparate««

 
Um dia quem sabe cantarei
À terra molhada uma desgarrada
Cantarei um fado e afinarei
A garganta seca em água gelada

Um dia te canto terra de ninguém
Te canto um fado pobre, sem guarida
Falo-te do fel e da alma despida
De um povo agastado sem vintém
Gente do povo, eu te falarei
Das dores agudas, e de alguma cobiça
Falo-te ainda da mulher roliça
Que de tanto falar, ficou tão aquém.


Antónia RuivoOpen in new window



Era tão fácil a poesia evoluir, era deixa-la solta pelas valetas onde os cantoneiros a pudessem podar, sachar, dilacerar, sem que o poeta ficasse susceptibilizado.

Duas caras da mesma moeda:

Poetamaldito e seu apêndice ´´Zulmira´´
Julia_Soares u...

 
Autor
Antónia Ruivo
 
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Enviado por Tópico
gil de olive
Publicado: 01/03/2010 00:31  Atualizado: 01/03/2010 00:31
Colaborador
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Mensagens: 4838
 Re: «« Cantiga ao disparate««
Adorei essa primeira quadra! Espetacular!

Enviado por Tópico
Brunovieira
Publicado: 01/03/2010 00:46  Atualizado: 01/03/2010 00:46
Participativo
Usuário desde: 23/02/2010
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Mensagens: 49
 Re: «« Cantiga ao disparate««
Maravilhoso...você é sem duvida uma das melhores poetas do luso-poemas.
Se puder, veja o que eu escrevo e faça criticas positivas ou negativas, por favor.
Obrigado.

Enviado por Tópico
rosafogo
Publicado: 01/03/2010 00:52  Atualizado: 01/03/2010 00:52
Usuário desde: 28/07/2009
Localidade:
Mensagens: 10484
 Re: «« Cantiga ao disparate««
Sendo filha dessa gente que bem cantas no teu poema, só podia adorar.
Estou de acordo já tenho lido mais poesia tua e
sim és uma boa poetiza.

beijo
rosa

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 01/03/2010 01:50  Atualizado: 01/03/2010 01:50
 Re: «« Cantiga ao disparate««
Comadre
O Manel dizia que nunca tinha visto um alentejano cantar sozinho.
E que bem cantas tu no teu monte, comadre.
Também o Lopes Graça (que não era alentejano) dizia junta a tua voz à minha
Continua a cantar assim mesmo que seja às quatro da madrugada.
Beijo