LEITURAS NO LUSO - SUBIDA VERTIGINOSA!

Data 07/03/2010 15:21:47 | Tópico: Crónicas

Na poesia tudo é possível. O palavrão - quando vindo de conceituados, - tem a graça de despertar a atenção e cativar leitores. Não pela importância do texto, mas pela magnitude da estupidez. Se eu escrever um texto cujo titulo seja "São todos os do luso uns filhos da puta" quer apostar que em menos de uma hora terei o maior numero de leituras de qualquer texto para além dos inúmeros comentários e respostas a comentários? É questão de marketing. E se nesse texto me atrever a chamar aos do luso imbecis, idiota, analfabetos e estúpidos, então esse numero duplica certamente. Para alem de aumentar o numero médio de leituras, aumenta o numero médio de comentários. Espectáculo! Já pensou?
Porém esta realidade, porque é de uma realidade que se trata (embora fictícia)é só por si prova de ignorância e demente. Própria de pessoas que apenas querem chamar a atenção sobre si. Porquê? Porque o impacto de alguns trabalhos do passado, que tiveram o seu mérito. decaiu e ficou em nada e ninguém mais se lembra disso. Agora, quem tem culpa da falta de imaginação dessas pessoas que se deitaram à sombra do coqueiro do que um dia fizeram e não são capazes de, a partir daí, evoluir? Então a melhor poesia, a dos fracassados, é essa: A do palavrão. Sabe tão bem mandar alguém para o "caralho" ou a "cona da mãe"... quantas leituras isso traz!
Para além disso restam os outros, como eu, que pensa que os palavrões devem ser usados quando necessários e sempre com uma intencionalidade. Pois são necessários no estrito âmbito de uma revolta pessoal. Nunca com o objectivo de ofender alguém em particular, mas um sujeito indeterminado e colectivo.
Quem usa tais termos sabe o que faz e, infelizmente quanto a mim, atinge os objectivos. Consegues leituras enormes. Comentários a rodos. O protagonismo requerido à incompetência exulta-se! Afinal quem são os culpados? Todos os que deram asas a que essa mesma personagem conseguisse atingir os seus objectivos. Para ela, os meus parabéns. Conseguiu. Desmoralizou, ofendeu, ultrajou e deu a ideia de uma grandeza manifesta na mediocridade. Mas conseguiu, esse é a verdade.
Resta-nos um caminho, ou fazemos igual ou contrariamos com inteligência a estupidez. A decisão cabe a cada um de nós. Dar relevo ao que nada vale é atribuir-lhe o volume que esse naco de nada pretende. Façamos melhor: Podemos provar que a beleza da poesia é suficiente para cativar as leituras através da qualidade do poema e não da ignomínia. Porque a poesia é isso mesmo - beleza.

António Aleixo escreveu:
À guerra não ligues meia
Porque os grandes da terra
Vendo a guerra em terra alheia
Não querem que acabe a guerra"

Tenho tanta pena dos aplausos...

com carinho
antóniocasado

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