Impotente!
Data 09/03/2010 22:10:10 | Tópico: Poemas -> Tristeza
| Que sou eu senão um pedaço de carne embrulhado num monte de ossos organizados. Que sou eu senão um ser incapaz de proibir-te de morrer! Sou de mim algo que me escapa e rendo-me rendo-me àquilo que não consigo agarrar e sou agarrado nesse sentir que é, tua dor. Sinto-me só sem poder, um pedaço de ninguém a querer ver-te bem e não posso dar-te a mão para te obrigar a ficar! Sou um pedaço de nada, mas sou um pedaço de carne envolta de um monte de ossos, organizados. Que sou eu! Serei vida ou serei morte? E a vida que me consome uma parte do que sou e leva-me ao extremo de mim a causar-me tanto… Sou lamento e dor, fui o que sou e sei que amanhã serei ou não simplesmente o mesmo nada! Fará sentido atropelar todos os sonhos a poder ver-te sorrir? Estou mais à frente de mim e tu nem sabes e depois já sou passado a espreitar-me como se eu já não existisse. Afinal que sou senão um pedaço de carne embrulhada num monte de ossos que me gelam o pensar que me cegam o olhar que me tocam friamente por ora sim, depois talvez não devo ser a morte a falar por mim a dor que sinto tenho-a trespassada na alma Sinto-me alma que dói, devo estar morta morta nesta tristeza que me corrói por saber que não vais ficar Morro por não querer ouvir amanhã o que sei me vão dizer e espero que não digam e não passe do falso alarme ou engano clinico ou que seja tudo invertido como magia que me digam que tudo foi inventado saberei sorrir! Sorrir a ver-te livre desse castigo linda e sádia como antes. Lá mais à frente de mim irei chorar de tanta dor mas ter fé é lá mais à frente de mim rir de tanta alegria por ficares bem estou confusa, não sei como vai ser pareço um morto vivo e já nem ouço nem sei o que digo, pareço presa ao infinito de mim e só estou, abstraída daqui esta vida parece que passa, não consigo alcançar nem essa forma mágica desejada que te cure dessa ferida! Estou presa por amar e amar só não basta para fazer-te ficar então se isto é vida não quero nesta dor sentida sentir o que sente por ti e por mim este sentir a querer uma só saída. Posso me alegrar? Diz-me que posso fazer por ti! Que sou! Que sou eu afinal! Que sou senão um ser incapaz! Que sou senão um pedaço de carne como tu embrulhado num monte de ossos organizados como eu Que sou eu senão um ser incapaz de proibir-te de morrer! sabemos que um dia estarei lá nesse mesmo lugar mas agora é como Deus quer! Será um dia de cada vez, assim, bem devagar... enquanto cá estiveres saberás sorrir e quando te partires levarás todos os sorrisos e saberás que um dia nos voltaremos a encontrar!
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