As revoluções são meninos que quando crescem, adoecem

Data 21/03/2010 20:23:55 | Tópico: Textos

Tremendo remendo, o que rebentou com estrondo na boca mais rouca de que a história tem memória. Não é coisa pouca ou pequena. É até mais do que terrena, quando se pavoneia de peito feito e passeia o elegante estreito.
Ora, o garbo que te toma por parvo é engodo que se engole todo, como se de um remédio desertasse numa arremetida de tédio sem ser cura para alguma coisa que se desconhece mole ou dura. É da doença de sacanice que se enche a dorna. É pús em fermentação morna que enraba a meninice. É essa maleita insidiosa que fina e deita ao chão a inocência mais generosa.
Incólume. Assim vai passando o volume acetinado e rugoso da derme sobrevivente, que infecta de toque aleitado pertença de qualquer dengoso mimado.
E eis que o tribunal pára para o tribuno. Lá vai ele falando e falando e falando, de limpo punhal empunhado sem nunca o tirar da baínha. O justo, esse, cala-se tal busto poisado no poial da entrada de uma porta que nunca abre.
Urge perceber se surge uma nova ordem. Talvez! Promete-se... um dia destes. Qual ordem? Qual não se sabe. Igual não cabe. Enfim, morre sempre a que nasce.
No final esquece-se e faz-se outra vez porque tudo passa por veludo e no fundo aproxima-se sempre do entrudo.
Fica só a dor na alma de quem se lembra.

Valdevinoxis



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