
Versos de Amor 4
Data 29/03/2010 19:06:55 | Tópico: Poemas -> Surrealistas
| [Ironias do destino]
Escrevo um poema, ou dois ou três (Até o estro cansar-se de criar); Depois dou-me por satisfeito (Ou talvez não) E adormeço sobre os meus fantasmas.
Hei-de sonhar (Sim, por que eu sonho sempre!) Coisas que nem nos mais arrebatados devaneios E – ao beber nessas inesgotáveis nascentes – Hei-de acordar com uma brutal erecção poética.
Hei-de correr a agarrar-me à caneta e ao papel (Como se fossem a última tábua de salvação) E – num supremo acto de Amor! – Lançarei mais alguns filhos ao mundo.
Meus pobres filhos!... Sem honra, nem glória, Hão-de mendigar pelas portas dos novos-ricos (Que engordam em jardins de indignidades), Para acabarem agonizantes nalguma lixeira.
Se os meus filhos-poema forem incinerados, Talvez se transformem em cimento E ainda hão-de conhecer a singular glória De se eternizarem nas paredes do palacete De algum novo-rico (que nada percebe de ironias do destino).
17.02.2010 In Diário de um poeta louco de Edu Loko
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