quero esquecer o amor por não ser mais forte que o teu dentro d’eu habitado em mim.
esta ousada paixão que goza minh’alma já nem dela sei mais perdeu-se dentro de mim num total e ruim o ego maior da dor desigual que o amor tem.
foi beleza e satisfação no afago o desejo sensível e insuportável! castigo de orgulho bom que senti.
chegaste num corpo exacerbado como se fosses a qualidade da razão o amor é emoção não pode ser tão grave assim.
rogo-te que me abandones a dor mas embala-me como nunca o amor fez sofrer por sofrer quero sofrer por ti não por mim e amor não tem de ser tão mau em mim.
acomoda-te a ser igual e fica triste mas que esse ser triste não seja mais triste do que eu.
a realidade me assola e me enrola e nunca me consola os desejos apressados desta paixão louca que corre por mim num vai e vem forte do meu lés a lés.
ao invés de tudo sou eu a simples flor tu o tempo de espera que há-de vir a esmorecer.
estou certa que mais pareço um planeta dentro dum só cometa um pedaço de radar torto que padeço num satélite vagueado no deserto.
o mar que me faz sonhar e sorrir torna-me exuberante na chegada da cor roxa que me embebeda a beleza aromática do amor mas amor é romance e paixão é clone meu de olfacto de afeição.
a patologia é elevada à quase religião porque amor é prosa d’alma e é nada e paixão é flor afã que me cansa só de ver-te.
quero-te fora de mim! num ser mais exótico e sem foto da tua raça a graça maior gravada do meu eu a parecer osso da metáfora grega sem meta nem recta um fugitivo de amor que figura formoso e a língua cala minha boca sequiosa.
a palavra tua dentro da minha é arte e fica perfeita mas a cor do enigma que trazes tem musica ilustre e coroa redonda como se fosses lógica da flora que me assola.
não passaste de imagem duma bela memória crucificada de estigmas e úlceras queimadas pelo açoite infinito desse amor que não me abandona.
querer queria-te paixão de igual forma amor mais ameno como a cifra tocada humildade que redime dentro do original e sem pecado de Adão vindo do paraíso a querer o inferno cá na terra!
se não fores embora de vez avisa-me! para me vestir novamente nessa jura ficarás nas falhas eternas e eloquentes e das brisas mágicas morrerei sem saber se és amor de amor ou paixão noutra forma qualquer.
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