Poema Nordestino

Data 02/04/2010 13:56:59 | Tópico: Poemas -> Humor


É verdade matemática
Que ninguém pode negar,
Que essa história de gramática
Só serve para atrapalhar

Ainda vem língua estrangeira
Ajudar a complicar
É melhor arranjar maneira
Disso tudo se arrumar

Na Inglaterra ouvi dizer
Que lá um sapato é xu.
Desde logo se está e ver
que dois sapato é xu-xu.

Xu-xu para nós é um legume
Que cresce solto no mato.
O inglês que lá se arrume,
Mas não comemos sapato.

Na Itália dizem até,
Eu não sei por que razão,
Que como manteiga é burro,
Se mete burro no pão.

Desse jeito para mim chega,
Salve … ó povo do sertão,
Onde manteiga é manteiga,
Burro é burro! E pão é pão.

Na América corpo é bode.
Veja que bode vai dar.
Conheci uma americana
Doida para o bode emprestar

Fiquei meio atrapalhado
E disse para me escapar:
Oi, moça, eu não sou cabra,
Chega seu bode para lá!

Na Alemanha tudo é bundes.
Bundes-liga, bundes-bão.
Muita bunda só confundes,
Desnorteia o coração.

Alemão quer inventar
O que Deus criou primeiro
Para que lhes havia de dar…
Mudar o nome do traseiro?


No Chile cueca é dança
De balançar e rodar.
Lá se dança e baila cueca
Até a noite acabar

Mas se um dia um chileno
Vier para o Brasil dançar,
Que tente mostrar a cueca
Para ver onde vai parar.

Uma gravata esquisita
Um certo francês me deu.
Perguntei, onde se bota?
Nem digo o que respondeu!

Eu sou homem educado,
Acho que não entendeu,
Seu francês malcriado…
Bota a gravata no seu!


Poema originalmente “Brasileiro Nordestino”
De Autor desconhecido, adaptado por José Mota



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