O Canto de Lilith

Data 08/04/2010 04:56:52 | Tópico: Poemas

Sou do desejo a inspiração divina,
dos homens o paraíso e o inferno.
Não há castelos, presídios ou mosteiros
que eu não entre furtiva
e semeie o desejo pleno.

Penetro mentes em doces devaneios,
invado corpos em frenesis supremos.
O oriente conclamou-me religião,
o ocidente devotou-me maldições.

Inspirei Sade em seu clastro,
tentei Cristo e Sidarta.
Não há quem não resista ao meu abraço,
não há quem não sinta o fio da adaga,
e aos conjurosos movimentos de meus quadris
não se entregue ao meu beijo perdido.

Beije-me e terás a morte dos sentidos!


São Gonçalo, 2006.



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