NOCTURNAL

Data 17/04/2010 22:52:35 | Tópico: Poemas

Os primeiros raios surgem
lancetando pombas nocturnas
num silencioso massacre
que afoga em agonia
as atrozes horas diurnas.

Escorre o sangue, quente lacre
que meus lábios silencia
e lentamente asfixia
minhas palavras soturnas.

E a lívida voz dilacerada
espelha o que sou agora
moribundo nesta hora
que me fustiga e condena
ao horror de um novo dia.

O que sou é a minha pena:
sou pomba negra, sombria,
na sangria da alvorada
vendo a alma ir-se embora
em corpo de ave lancetada.



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=128782