Poemas : 

NOCTURNAL

 
Os primeiros raios surgem
lancetando pombas nocturnas
num silencioso massacre
que afoga em agonia
as atrozes horas diurnas.

Escorre o sangue, quente lacre
que meus lábios silencia
e lentamente asfixia
minhas palavras soturnas.

E a lívida voz dilacerada
espelha o que sou agora
moribundo nesta hora
que me fustiga e condena
ao horror de um novo dia.

O que sou é a minha pena:
sou pomba negra, sombria,
na sangria da alvorada
vendo a alma ir-se embora
em corpo de ave lancetada.

 
Autor
LaRoche
Autor
 
Texto
Data
Leituras
856
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
4 pontos
4
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
VónyFerreira
Publicado: 18/04/2010 11:22  Atualizado: 18/04/2010 11:22
Membro de honra
Usuário desde: 14/05/2008
Localidade: Leiria
Mensagens: 10301
 Re: NOCTURNAL
Excelente e
belo poema, laroche!
Vóny Ferreira


Enviado por Tópico
AnaMartins
Publicado: 19/04/2010 00:19  Atualizado: 19/04/2010 00:19
Colaborador
Usuário desde: 25/05/2009
Localidade: Porto
Mensagens: 2220
 Re: NOCTURNAL
Sombrio o estado de espírito que esteve na génese deste poema. O poema, esse, belo com belas podem ser as noites.

Beijinho!