aguentar o arado

Data 18/04/2010 15:44:28 | Tópico: Poemas


Dizer-te com o peito perfurado
-uma bala que ficou
Com o sangue nos nervos assassinados
Pelos clientes da morte horas
Entregar árvores aos planetas gemidos
Correr para o óxido da morte tarde.

Hoje cavilha
Hoje vacilo com uma granada na mão
Comido nos ouvidos comidos
Pela virilha da ferida

Que outro pássaro se veste de branco
Ou casa
Neste punhal que retirou a bala
Do peito
E nele ficou eterno

Dirão
Agros homens gigantes
Da torre de marfim mais alta
Aguenta o arado meu caro rapaz
A terra
os bois mungindo arfantes
E a boca cantando por detrás de um sorriso cansado

Aguenta o arado
Dirão
Que o coração chora esta lamina







Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=128852