Acorrentado

Data 22/04/2010 16:01:32 | Tópico: Poemas

Após experimentar o emplasto da segurança,
Desnudei meu corpo de mentiras adocicadas.
Lavei a alma dos desejos contidos.
Mantive-me firme sobre a linha cambaleante
Da incerteza,
E fragmentei a solidez da fé.

Castigado de pureza e martírio
Decidi sobreviver de entorpecentes.
Embebedar-me da seiva lânguida
Do corpo,
E degustar a eternidade
Do efêmero.

Desatei a poesia do peito
E projetei diretamente aos meus emblemas,
Moldando-a ao corpo venéreo
Da santidade humana.

Acorrentei minha divindade
Ao pé da mesa farta da minha luxúria.



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