Ó tu, que te entorpeces Com a bebida dos sonhos destilados Nas longas vigílias da alma... Com os desejos mirabolantes Do teu inconseqüente coração... Com os pesadelos Das tuas desestruturadas emoções... Com as insônias da vida...
Desadormece!
Pisa no chão da tua realidade! Nesse chão batido pelas tuas incertezas, Nesse tapete vermelho de terra firme Derramado à tua frente Para amortecer as passadas Do teu desencanto. Esse chão de terra molhada Pelo gotejar das tuas lágrimas, Pela queda do teu pranto magoado, Pela chuva da tua desesperança, Pelos desencontros, Pela solidão - Essa tua amante de todas as épocas -
Pressente nos gemidos, No farfalhar das folhas caídas Que sucumbem ao peso da tua insatisfação, O amor que se despeja à tua passagem, A paixão que se incendeia à tua volta, A sensualidade que acede à tua essência, A vida que te renasce... Descansa a fadiga da tua eterna procura Na posteridade do meu amor... Asperge sobre esse chão, Sobre esse tapete de terra no cio, A desilusão das tuas fantasias, O orvalho da tua inspiração, O desassossego dos teus versos, O harmonioso canto das tuas poesias.
Elen de Moraes
TAPETE VERMELHO (insônias da vida)
Imagens colhidas na net. Montagem de Elen de Moraes Declamação de Rosany Costa
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