«« O poema irado ««

Data 15/05/2010 22:42:14 | Tópico: Poemas

O poema estatelou-se no chão árido
Vociferaram as visaras em prantos
Os dedos apontaram, eram tantos
Os pontos apontados, um mísero fado

Foi o que sobrou do poema irado
Porque o corpo tombou nos flancos
De um pedaço de papel, nos ventos
Que uivaram, logo apareceu vincado

O riso mordaz que não entendeu
O poema, irado olhou de desdém
O riso mordaz, afinal serás camafeu

Gravado no dedo que se perdeu além
Apontando o poema que agora moeu
O olhar viciado que fica tão aquém

Antónia Ruivo


Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=132875