P/RosaDsaron

Data 21/05/2010 21:17:17 | Tópico: Sonetos

Quando eu nasci, hum fúnebre Agoureiro,
Que observou meu horóscopo malino,
Disse logo a meus pais: Este menino
Nunca há de ter saúde, nem dinheiro.

Entra a gente de casa n’um berreiro;
Acode a vizinhança ao desatino;
E consultando sobre o meu destino,
Tratão de me engeitar por derradeiro.

Fica em pé a questão; e a profecia
De nunca ter saúde, nem real,
Bendito Deos! Não tem falhado hum dia.

Resta-me só, já agora, por mais mal,
Ir comer as rações á portaria,
Ir morrer nas coxias do Hospital.

Tirado do livro de rimas do autor:
João Xavier de Matos de 1783



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