diz-lhe.

Data 27/05/2010 21:42:20 | Tópico: Poemas

ao homem dual.

não agora que o vento corre com o corpo em direcção ao mar
mas mais tarde diz-lhe para vir aqui ter.
já no colo lê-me um poema que fale de água, de sul, de afecto.
fala-me de como as mãos se levam à língua, de como
os dedos te entram na garganta.
sabes hoje que o tempo sempre foi do que sinto,
se mais sentisse mais vento corria, mais ele vinha,
mais nos deixávamos.
trazia uma casa no bolso esquerdo do corpo
doía-lhe porque pesava como a seiva dentro das árvores.
não enquanto for noite e lhe doer estar sozinho
mais tarde quando a hora mudar. talvez
deixe o coração fugir-me.
fala-me de crescer saudade nos olhos e corre
corre muito e diz-lhe.
corre muito e diz-lhe.




Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=134749