VISÃO À LUZ DA MADRUGADA

Data 03/06/2010 17:59:29 | Tópico: Poemas




A noite engole vozes cansadas.
Só permanece o trote da mulher
que voa as crinas desenhadas em aço.
Atravessa lodo breu e suja os lábios
inclinados em conspiração de silêncio.
Vira-se o vento nas veias,
enquanto conjuga outros verbos no poema.
De suor projectado em doces orvalhos
multiplica apelos suculentos a frutos
que espreitam em postigos iluminados.
Encolhendo o corpo entre minutos de lama
a mulher segue a trote e cresce
para a boca de uma nova madrugada.

MV



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