Solidão

Data 12/06/2010 10:24:49 | Tópico: Poemas -> Desilusão


Quantas vezes não projectei a viagem sem regresso
Quantas vezes me abracei para sentir um ser humano
Quantas vezes esmoreci e me reanimei
Quantas vezes me invadiu o paradoxo deste flúmen profano

Quantas vezes mais terei de silenciar torturas
Quantas vezes mais sentirei o caos do vazio
Perco a conta às vezes que caí em amarguras
Já perdi o rasto às vezes que morri de frio

Porque as relações humanas são gélidas
Recuso manter a máscara do superficial
Futilidades que entram em jogos de beijos de judas
Instrumentalização acutilante entre as pessoas
Gerando-se o paradoxo das ligações surdas e mudas!

Quero ser eternamente criança…
Assim evito o trabalho hercúleo
De manter o disfarce em conivência
Da personagem do teatro trágico
Que é esta desconexa humana existência!

Amizades frígidas, feitas juízes carrascos
Ninguém ouviu os gemidos de dor
Abafei-os um a um dentro da minha alma
Ninguém entendeu os pedidos de socorro
Nunca em momentos de agonia me pegaram na mão
Nunca tive amigos!... Minto!
Tenho eternamente uma amiga chamada solidão!



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