
Amor à distância eu mato
Data 01/08/2007 13:29:59 | Tópico: Poemas -> Desilusão
| Esperei e recebi o seu cartão postal. Pois tal cartão-rascunho chega e não alivia. Via ali você, talvez, noutro Natal. Tal na festa que outrora, ou nunca, não havia. Há via de ida e via de contramão, Mão contrária ao lápis, mão contra o cartão, O cartão contra mim e eu contrário a tudo. Doto-me com um manto molhado de choro. Roxo está meu rosto e quase que me mato. Toma o que lhe cabe – o rumo – e se alinha. Linha e agulha à mão, um olho ao outro olha. Alho, dente, e cebola até que me protegem: De gente que promete, voz mansa que soa, Aço que enverga então padre abençoa. Soa boa palavra, embora bem mal dita. Dita mal a regra do jogo que joga. Gajo, para entender, demoro um pouco, custo. Tosco, em meus pensamentos, grotesco, concluo: Amor, Morra!
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