Alienação
Data 26/06/2010 09:37:49 | Tópico: Poemas -> Esperança
| Piso o chão sem o sentir em clamor de sobrevivência Inspiro oxigénio sufocando por dentro sem respirar Dou-me em orbes de calor e desejo Em orgias sonhadas de Baco sem amar!
Mas um dia irei pintar contigo Uma tela gigante que nos servirá de tálamo As nossas mãos deslizarão num leito forjado Sobre tintas policromáticas E criaremos nela um mundo inventado!
Clamo por caminhos inabitados Brado cansada de me dar em desamor Sem almas humanas a quem abraçar Contraio-me em gritos abafados de dor!
Mas um dia virás tomar um banho de mar nocturno Sob o céu estrelado de desejos feito Despidos de vestes e de amarguras Recostarás então o teu semblante insurrecto no meu peito!
No entanto desconsolada constatação! Não passo de ave tonta que vagueia em palcos de improviso Programada para o contentamento E sem total consciência da sua cruz feita juízo Prisioneira em labirintos de devaneios perdidos Necessito urgentemente Do bálsamo de um cosmo de intelectos No meio do caos deplorável dos sentidos!
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