Poemas -> Esperança : 

Alienação

 
Piso o chão sem o sentir em clamor de sobrevivência
Inspiro oxigénio sufocando por dentro sem respirar
Dou-me em orbes de calor e desejo
Em orgias sonhadas de Baco sem amar!

Mas um dia irei pintar contigo
Uma tela gigante que nos servirá de tálamo
As nossas mãos deslizarão num leito forjado
Sobre tintas policromáticas
E criaremos nela um mundo inventado!

Clamo por caminhos inabitados
Brado cansada de me dar em desamor
Sem almas humanas a quem abraçar
Contraio-me em gritos abafados de dor!

Mas um dia virás tomar um banho de mar nocturno
Sob o céu estrelado de desejos feito
Despidos de vestes e de amarguras
Recostarás então o teu semblante insurrecto no meu peito!

No entanto desconsolada constatação!
Não passo de ave tonta que vagueia em palcos de improviso
Programada para o contentamento
E sem total consciência da sua cruz feita juízo
Prisioneira em labirintos de devaneios perdidos
Necessito urgentemente
Do bálsamo de um cosmo de intelectos
No meio do caos deplorável dos sentidos!

http://paula-esperar.blogspot.com/




 
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AnaMariaOliveira
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 26/06/2010 09:51  Atualizado: 26/06/2010 09:51
 Re: Alienação
Olá Ana.

Confesso que fiquei sem palavras para te comentar. O teu poema produz no leitor a mesma sensação de êxtase diante de uma pintura de mestre. Assim só te posso dizer: Soberbo.


Beijo azul

Enviado por Tópico
Runa
Publicado: 26/06/2010 17:13  Atualizado: 26/06/2010 17:13
Colaborador
Usuário desde: 24/04/2010
Localidade: Santo Antonio Cavaleiros
Mensagens: 1174
 Re: Alienação
Faço minhas as palavras da HAEREMAI. Soberbo.

Beijos