Carta impressa sem sorrisos de um para a outros

Data 10/07/2010 20:04:57 | Tópico: Mensagens

Porventura, pensais vós que padeço de cegueira?
Pois sois infames, gente falha de barriga estéril que traz lama por água e pântanos por lagos. De tão que o sois, quase me julgo ilustre encomenda dos lúcidos.
Encalha o léxico na parca abundância de imaginação, coisa de farta raridade nos poucos e pequenos retalhos de miolo que caem, de soltos, dos craneanos invólucros a tender para vazios. Dizia, que encalha o léxico na seca criatividade que, num arquejar desajeitado, num golpe de superfície, se mascara do mais garrido e enrolado barroco. Poderia ser bacoco mas nem isso. Chega a enjoar, tal o açúcar que emana do estilo de raça rocócó, aburguesado e prosaico que, se presume e assume como acetinado e de nobre tez. Nem de honestidade há réstia.
É castrador o busílis que este jeito bastardo alimenta. O grosso intestino é profícuo e, meio mundo, numa acção premeditada, sustem a respiração na esperança se escapulir às exalações. Isso! Que se vire a cara, plante uma mola na narigueta e vai de aconchegar umas palmadinhas nas espaldas do azelha que passa a grande, em claro incentivo à perpetuação da asneira e mau gosto.
Reza a boa educação e a amizade que, havendo necessidade, seja então armada a correcção com pedagogia assertiva e, assim, se transformem as lagartas em borboletas. Que se corram, então, com os energúmenos a toque de estilete e teremos o arvoredo a levantar-se verde e frondoso.
Ai como sonho com a saudável expiração da infâmia.

Valdevinoxis



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