O Bebedor de Absinto

Data 13/07/2010 23:59:59 | Tópico: Poemas


Uma lua branca na noite negra,
A se erguer neste pasmado painel.
Só as coisas estão a minha volta,
A terra é o inferno que chamam de céu.

Sozinho eu bebo o meu verde absinto.
Mentira é dizer que eu não minto,
Já a imaginar enormes torres de ferro,
Escrevo como quem tem febre.

Em cima da mesa está o preto tinteiro,
E a janela está aberta para a rua.
Em sonhos bêbados vejo uma virgem nua,
E ela corre entre os coqueiros.

Sou bebedor de absinto há tempos,
Há tempos a minha lira só sabe delírios,
Como quem vê as cores nos ventos,
Ou como quem como uma flor de lírio.



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