Hoje morria sem medo!

Data 16/07/2010 03:07:55 | Tópico: Poemas

Acredito ter já gastado toda a minha sorte.
Fi-lo em tempos e não soube colher os frutos.
Quem me dera ter guardado só um pouco
Para que a vida não me fosse, agora, tão pesada.

Dispendi, guloso, toda a confiança
Num curto espaço.
Eu, que era senhor da verdade
E inimigo da mudança…

Desbaratei, como um rei, tanta fartura
E agora não tenho nada!
E sei que ela não volta
Para quem não esteve à altura.

Disfrutei, qual intocável, dos melhores momentos,
Mas amei, como uma besta egocêntrica.
Desprezei, como quem não se julga besta.
E a triste conclusão é esta:

Actualmente, só foco o vazio e penso
Como a vida mudou.
E tento convencer-me que pensar nela chega
E que encerra um potencial imenso.

Segundos depois, descontraio, choro
E vejo a esperança desprezar-me.
Rezo um “Pai Nosso” egoísta
E despeço-me em mente dos que adoro.

Perante vós, começo a perder também a auto estima.
E o mais perdido, só me restam palavras,
Tristes, banais e, bem sei, infrutíferas.
Algumas, que já nem se dão à rima.

Por tudo isso, julgo que hoje morria sem medo!
Partia, lembrando a velha felicidade
Crendo num outro mundo com sorte renovada
E ainda dono de alguma dignidade.






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